Capítulo 107 — Eu só queria proteger esse bebê.
POV Dominic Navarro
A casa está calma.
Calma demais para um homem que tem um furacão morando dentro do peito.
Eu fecho o notebook, encosto na poltrona e passo a mão no rosto, tentando expulsar a fadiga. O relógio marca quase oito da noite, mas desde que ela chegou, o tempo perdeu ritmo.
Amara está no quarto de hóspedes. Ou melhor, no quarto que já parece dela. Toalhas dela, perfume dela, o som leve dos passos no corredor. Tudo parece se moldar em torno dela, como se o apartamento tivesse finalmente descoberto o que é ter alma.
Respiro fundo e encaro o copo de whisky que nem toquei. Não tem nada ali que apague o que sinto.
Nem o álcool, nem o silêncio, nem o bom senso.
Desde o momento em que a vi dormindo no sofá, a barriga levemente curvada sob o tecido fino do vestido, alguma coisa em mim desabou de vez.
Aquela mulher carrega mais força nas cicatrizes do que eu em todos os meus títulos.
E eu tô completamente perdido nela.
Levanto, vou até a janela e abro um pouco a cortina. A cidade