— Não pode... — Ademir não concordou.
— Tudo bem. — Mas Vitória, por outro lado, concordou.
— Vitória? — Ademir franziu a testa e balançou a cabeça. — Ele é perigoso demais, você não faz ideia do que ele pode fazer.
— E o que mais a gente pode fazer? — Vitória balançou a cabeça, resignada. — Você mesmo disse, ele só quer dinheiro.
— Mas...
— Não tem “mas”. — A expressão de Vitória era firme, embora os olhos estivessem levemente marejados. — Ademir, minha mãe está com ele. É a minha mãe, a mulher que me deu a vida, que me criou. Mesmo que seja perigoso, eu preciso ir.
Neste mundo, a piedade filial era algo sagrado.
Ademir não teve como rebater. Pegou a mala das mãos de Júlio e a entregou para ela.
Ele advertiu:
— Não chegue muito perto. Se perceber que tem algo errado, corra de volta na mesma hora.
— Tá bom. — Vitória esboçou um leve sorriso.
A preocupação de Ademir com Vitória a comoveu profundamente. Ela se sentiu tocada e ao mesmo tempo grata.
Ela pegou a mala. Ademir então perguntou