Ademir semicerrou os olhos e olhou para Karina.
Ele teve muita vontade de perguntar a ela: se um dia eles também se separassem, será que Karina ficaria assim tão furiosa, por causa dele, com a pessoa responsável pela separação?
Mas, refletindo um pouco, achou melhor não perguntar.
Era uma pergunta de mau agouro... Só de pensar nisso já era assustador.
Eles não se separariam. Nunca se separariam.
Ademir se aproximou e se sentou ao lado de Karina.
Ele permaneceu em silêncio, e foi Karina quem falou primeiro.
Ela virou o rosto para encará-lo, com um semblante sereno.
Tinha um leve sorriso gentil nos lábios:
— Agora há pouco, você me impediu de agir... Por quê?
Ademir ficou pasmo. Aquilo ainda precisava ser perguntado?
— É tão difícil responder? — Ele permaneceu calado, e Karina sorriu. — Então vou te dar uma dica. Você teve medo de que ela morresse ou teve medo de que eu virasse uma assassina? Qual dessas duas possibilidades te assustou mais?
— Karina!
— Responde!
Ademir inspirou profunda