Se virou e entrou no carro.
Ao olhar para as costas silenciosas daquele homem, Karina achou graça.
Dava para ver que ele estava incomodado.
Por quê? Estaria com medo de que ela se apaixonasse por outro homem?
Tanto faz.
Seria bom, aliás, que ele provasse um pouco do sabor que ela sentia todos os dias.
...
Já era bem tarde quando Ademir finalmente terminou seus compromissos e voltou para a Rua de Francisco Antônio.
Ele não foi para a casa ao lado, mesmo correndo o risco de acordar Karina, foi direto até ela.
Apesar de todo o cuidado, fazendo o possível para não fazer barulho, no momento em que se deitou, Karina despertou.
— O que você tá fazendo aqui?
— Eu estava com saudade. — Ademir a abraçou. — Não consigo dormir sem você.
Ademir passou a mão pelos cabelos de Karina:
— Está tudo bem agora, pode dormir.
Karina estava exausta e não perguntou mais nada.
No escuro, Ademir inspirou o perfume dela... E só então se sentiu em paz.
Na manhã seguinte, a vida seguiu como de costume.
Durante o c