A chave girou na fechadura com um clique abafado.
Helen empurrou a porta devagar, como se não quisesse que a casa percebesse sua chegada. A luz do fim da tarde tingia o corredor com tons dourados, e o silêncio que preencheu o ambiente ao seu redor foi como um alívio imediato.
Nada de passos pesados no corredor. Nenhum murmúrio grave vindo da sala. Nenhum olhar azul capaz de deixá-la sem chão.
— Graças a Deus… — murmurou, encostando-se na porta por um breve instante.
Ela ainda não estava pronta para encará-lo. Não depois do que tinha descoberto hoje.
O coração ainda doía, confuso, bagunçado. A conversa que ouvira no restaurante entre Miranda e aquele homem reverberava em sua mente como um sussurro cruel e persistente: “Ele foi lá pra terminar comigo… eu forcei o beijo.”
Helen fechou os olhos com força.
Ele não mentiu, Ethan tinha dito a verdade desde o início e ela duvidou dele.
O acusou, o feriu. O chamou de hipócrita, de canalha, quando na verdade… ele apenas tinha sido pego em uma ar