Ethan Carter
Eu não sei mais que horas são.
A verdade é que o tempo parou desde que sai do nosso apartamento e ele estava vazio.
O silêncio ali dentro foi como uma lâmina rasgando minha pele por dentro. Os quadros na parede estavam no mesmo lugar. O perfume dela ainda pairava no ar, fraco, quase como um sussurro. Mas ela… ela não estava.
Apenas ausência.
Apenas o eco de tudo que ela deixou para trás.
Desde então, eu não parei. Saí sem rumo, com o coração dilacerado e a alma pendurada por um fio. Peguei o carro como quem foge de si mesmo. E desde então, dirijo. Paro em cidades pequenas, em postos de gasolina, em pousadas escondidas nas beiras das estradas. Mostro a foto dela no celular e pergunto:
— Você viu essa mulher?
Mas ninguém viu.
Ninguém viu meu coração perdido por aí, carregando uma bolsa leve e uma dor pesada demais para suportar.
A cada “não, senhor, não reconheço”, minha esperança sangra um pouco mais.
Helen… onde você está?
A chuva começa a cair. Grossa. Densa. Como se o c