O som do relógio digital piscando em vermelho marcava 3h47 da madrugada quando Ethan despertou com um sobressalto. O peito arfava. O quarto estava escuro, abafado, e o ar carregava um cheiro enjoativo de perfume adocicado… e algo mais, metálico, doce… algo que Ethan não sabia nomear.
Ele piscou. A cabeça latejava, a têmpora pulsava como se estivesse prestes a explodir. Cada músculo do corpo protestava como se tivesse sido arrancado de um transe forçado. E então, sentiu. O lençol escorregou do seu peito… nu. Seu estômago revirou e ele girou o rosto e foi quando viu.
Miranda deitada ao seu lado, completamente nua.
O mundo girou.
— N-não… — sussurrou ele, com a voz engasgada de puro terror. Recuou com as costas até a cabeceira, sentindo a respiração falhar.
Ele estava nu e ela também.
Ethan arregalou os olhos, sentindo o coração disparar em pânico. As lembranças vinham em fragmentos. Ele lembrava de estar em casa, de ter servido um uísque, de estar sozinho. Lembrava da saudade que sent