A noite caía sobre a cidade como uma cortina de aço. No alto do edifício espelhado, onde tudo parecia tão distante do caos terreno, o silêncio reinava.
Ethan Carter caminhava sozinho dentro da cobertura. Estava descalço, com o copo de uísque intacto nas mãos. A bebida não lhe interessava. O que lhe queimava era a ausência de Helen. Ela havia viajado dois dias antes, e desde então, tudo parecia fora de lugar. Os travesseiros estavam no lugar de sempre, mas faltava o perfume dela. Os armários estavam cheios, mas vazios do que realmente importava.
O apartamento que antes era lar, agora era um santuário de saudade.
A campainha tocou, abrupta, cortando o silêncio. Ethan franziu a testa, não esperava ninguém e não tinha feito nenhum pedido. Olhou para o relógio de pulso e viu que já era tarde, caminhou até a porta verificando pelo olho mágico quem seria.
— Merda… — murmurou, cansado.
Era Miranda.
Ela estava de cabeça baixa, olhos inchados e rosto molhado de lágrimas. Por um momento Ethan