A sensação de quebrar as correntes era maravilhosa. Mesmo sem dormir a noite inteira, meus olhos não mostravam nenhum sinal de cansaço, só havia o brilho de anseio por uma nova vida.
Tudo aquilo que antes me parecia injusto agora parecia ser apenas poeira sendo esmagada sob as rodas de um novo começo.
Estava com a mala na mão, chegando no terminal do aeroporto, quando recebi uma vídeo chamada da minha mãe.
A câmera estava tremendo, e o primeiro rosto que apareceu na tela foi o de Hugo, com um olhar sempre cheio de gentileza. Ele cuidadosamente pegava uma colherada de sopa, soprava suavemente e a levava, com toda naturalidade, até a boca de Helena.
Meus pais estavam um de cada lado da cama, cercando Helena com uma ternura exagerada, dizendo coisas como:
— Toma devagar.
— Cuidado, está quente!
Minha mãe me viu primeiro. O sorriso dela continuava o mesmo.
— Vivi, já chegou? Sua irmã acabou de elogiar sua sopa. Olha só como ela está comendo com gosto! — A voz dela estava leve e animada.
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