No alto da cúpula da igreja, a escuridão densa engoliu o último raio de luz e com ele, também a minha silhueta solitária.O sino da meia-noite tocou pela décima segunda vez. E, no fim, Hugo não voltou.Eu sabia. O casamento, que preparei com tanto cuidado, acabaria como os outros oitenta e sete, virando entulho emocional, espalhado no chão, sem ninguém para juntar os cacos.A tela do meu celular iluminou de repente, era uma publicação da Helena no Instagram.Nove fotos organizadas em um carrossel. Cada uma meticulosamente composta, transbordando uma felicidade de ferir os olhos.Meus pais, sorridentes, descascando uvas cristalinas para ela com todo o cuidado do mundo.Hugo, ao lado dela, sorrindo com ternura, tirando delicadamente uma mecha de cabelo do seu rosto.E, por fim, a foto mais ofensiva de todas, um retrato da família, meus pais e Hugo rodeando a frágil Helena, todos com sorrisos tão brilhantes que doíam de ver.Na legenda, ela escreveu: "A dor é insuportável, mas estar cerca
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