Ficamos assim por intermináveis minutos. Bennet com a cabeça deitada em minhas pernas, minhas mãos fazendo o movimento de vai e vem de um cafuné em seus cabelos cor de areia molhada, e o único som que chega até nós é o de pessoas andando pelo corredor do lado de fora.
ㅡ Tem uma música que eu aprendi esses dias. ㅡ a voz dele é rouca e baixa, e sinto sua mão apertando levemente a ponta do meu sari ㅡ Eu estava pesquisando algumas músicas que falam sobre... bom, sobre a morte. E me deparei com uma que não saiu da minha cabeça depois disso.
ㅡ Cante para mim. ㅡ sussurro, emocionada ㅡ Você sempre teve a voz tão bonita para cantar.
ㅡ Eu já cantei para você antes? ㅡ ele se levanta devagar, me olhando com curiosidade.
ㅡ Tik, muitas vezes! ㅡ sorrio ㅡ Eu adorava.
Ele balança a cabeça, pensativo, e tateia a cama em busca do celular.
ㅡ Eu gravei ela com meu violão. ㅡ ele abre a galeria de vídeos e vira o aparelho para mim ㅡ Acho melhor ouvir essa versão gravada, minha voz não está das melhores hoj