Um banheiro feminino imaculado. A porta trancada. Rostos nojentos ao seu redor. Gritos e choros desesperados. Lentes pretas das câmeras, tão pretas como se fossem buracos negros...
Tudo isso inundou a mente de Mariane em um instante.
Ela apertou as mãos, deixando as unhas afundarem na carne da palma, sentindo a dor que a ajudou a recuperar a clareza.
A mulher diante dela era como uma cobra venenosa.
Fotografar, registrar, era uma forma de advertência e ameaça.
Mariane se acalmou e estendeu a mão, dizendo:
- Prima, se você acha que as fotos não ficaram boas, eu posso tentar.
Renata ficou surpresa por um momento, mas logo sorriu:
- Claro. - Ela afastou o cabelo do rosto e disse. - Que tal assim? Eu chamo todo mundo para tirarmos algumas fotos juntas.
Mariane sabia que Renata estava testando ela e mesmo que estivesse desconfortável, não podia mostrar isso.
Aquele era um ponto fraco dela.
Quanto menos pessoas soubessem, melhor.
Ela curvou os lábios e manteve as costas eretas, respondendo: