Lúcia apertava firmemente a caneta em sua mão. Então, era isso? Sílvio havia se tornado um frequentador assíduo da sala de emergência. Seu corpo já estava tão debilitado assim? A doença havia chegado a um ponto tão crítico?
Mas, afinal, que direito ela tinha de sentir pena dele? Já estavam divorciados. Aos olhos da lei, eram apenas dois estranhos. E foi por causa dela que a família Baptista se desintegrou, virou pó. Não podia mais se deixar levar pela emoção. Não dessa vez.
Lúcia ergueu os olhos e esboçou um sorriso frio:
— O que isso tem a ver comigo?
— Srta. Lúcia, não fale assim. Se não fosse por Sílvio, que arriscou a própria vida para doar parte do fígado a você, a senhora não estaria aqui hoje. Ele já perdeu tudo. Não tem mais nada, nem ninguém. Pelo menos vá vê-lo, mesmo que não queira fazer o teste de compatibilidade. — Disse Leopoldo.
Leopoldo franziu o cenho, irritado:
— Você realmente consegue separar o que sente? Amor ou ódio? Sem amor, nunca existiria ódio. Srta. Lúcia, a