Sílvio olhava ao redor, procurando os botes de resgate e Leopoldo. Seu celular já tinha se perdido, então ele não tinha como se comunicar com ninguém.
Antes que pudesse reagir, Lúcia o esbofeteou. Isso mesmo, uma bofetada sonora.
A dor queimou no lado de seu rosto, e por um momento ele sentiu uma leve tontura e um zumbido nos ouvidos.
Sílvio franziu a testa e virou o rosto para olhar Lúcia. A primeira coisa que ela fez ao acordar foi lhe dar um tapa?
— Você é um hipócrita, Sílvio! — Lúcia o encarava com um olhar de puro desprezo, enquanto tentava se desvencilhar de seus braços.
Mas Sílvio a segurava firme, sem intenção de soltá-la.
Hipócrita? Se não fosse por ele, ela já estaria morta.
Quanto mais ela lutava, mais o rosto de Sílvio escurecia. Ele apertou os dentes e a advertiu:
— Lúcia, vou dizer só uma vez. Agora não é hora para seus dramas. Se eu te soltar, você sabe nadar? Quer morrer?
— Sílvio, eu já não quero mais viver.
— Então, quer dizer que eu perdi meu tempo salvando você? —