A saúde de Sílvio sempre fora robusta, ele não teria problemas graves.
Provavelmente, o motivo do sangue no nariz era o excesso de trabalho nos últimos dias, somado às situações estressantes que enfrentara. Além disso, ele não vinha se alimentando direito e o clima seco do inverno só piorava as coisas.
Sílvio puxou um lenço de papel do porta-luvas e limpou o sangue da palma da mão. Sua irritação só aumentava.
Lembrou-se de que tinha comprado comida japonesa para jantar com Lúcia. Mas, ao entrar na mansão, a encontrou deitada no tapete, com uma expressão de quem havia perdido toda a esperança na vida.
Foi a raiva que o cegou e o fez esquecer o motivo real de sua visita: vê-la e entregar o jantar.
Sílvio abriu a janela do carro e o vento frio entrou, batendo em seu rosto. A cabeça quente começou a esfriar aos poucos.
Ele pegou uma caixa de cigarros, bateu para soltar um, colocou-o entre os lábios e o acendeu com um isqueiro. Tragou profundamente, enquanto o vento fazia a ponta do cigarro