Sílvio tinha o telefone ligado, mas não atendeu.
Lúcia pensou e hesitou por muito tempo antes de decidir ligar para ele.
Não importava o que acontecesse, desde que houvesse uma mínima esperança, ela tentaria.
Mas será que Sílvio iria atender? E se atendesse, o que ela diria?
Nos últimos dias, a situação entre eles estava muito tensa.
Mesmo que fosse difícil, ela tinha que tentar.
— Oi, a pessoa para quem você ligou está ocupada no momento...
A mensagem automática do telefone parecia perfurar seus ouvidos.
Ele desligou a chamada. Ela nem teve a chance de falar com ele diretamente.
Mesmo que ele atendesse, o que adiantaria?
Sílvio só sabia amaldiçoá-la e a xingá-la. Parecia que não tinha nada de bom para lhe dizer.
— Venham trabalhar aqui, venham ganhar bem! Não percam essa oportunidade! — Uma mulher gritava, anunciando uma vaga de emprego.
Lúcia se virou na direção da voz e viu um bar chamado Bodega Miguelito. Um homem de terno colava um anúncio de emprego na parede.
Um grupo de pes