Não houve resposta. Depois de terminar de ajustar o próprio cinto de segurança, Ivone levantou o olhar e viu Basílio inclinado contra o encosto do banco do passageiro, com as sobrancelhas franzidas. Ele mantinha os olhos fechados e suas longas e grossas pestanas projetavam pequenas sombras sob a luz fraca. O terno estava levemente desalinhado, revelando o contorno refinado de sua clavícula.
Ivone pensou que ele tinha adormecido e tentou, com cuidado, perguntar:
— Quer que eu te ajude a colocar o cinto?
Ainda assim, nada. Ele não respondeu. Ela suspirou discretamente, inclinou o corpo e decidiu ajudá-lo. Aproximou-se para puxar o cinto de segurança. Os dois ficaram tão próximos que ela podia sentir o ritmo suave e profundo da respiração dele.
Seu coração acelerou. Ivone mordeu os lábios, tentando disfarçar o nervosismo, enquanto ajustava o cinto sobre ele. Sentiu a respiração quente de Basílio roçar em seu pescoço, e, por um instante, os lábios dele tocaram levemente sua pele, causando