Fiquei no banho por um longo tempo, permitindo que a água me envolvesse, até que, por fim, decidi sair. Peguei a toalha, enrolei-a no corpo e caminhei até a cômoda. Separei uma roupa confortável junto com a roupa íntima e as deixei sobre a cama. Antes de me vestir, passei hidratante pelo corpo, tentando me concentrar naquele pequeno gesto de autocuidado, como se isso pudesse me trazer um pouco de paz. Depois de me vestir, deitei-me na cama e encarei o teto, completamente perdida em pensamentos. Sem perceber, minha mão subiu até meus lábios, e uma corrente elétrica percorreu meu corpo ao lembrar do beijo inesperado de Falcão. Meu coração acelerou, e eu me odiava por isso. Por que aquele beijo não saía da minha cabeça? Falcão era um monstro, um criminoso, o responsável pelo meu sofrimento. Eu deveria sentir nojo, ódio, qualquer coisa... Mas, em vez disso, minha mente insistia em reviver a forma como seus lábios se moveram sobre os meus, como se ele tivesse o direito de me beijar daquela