Eu não conseguia entender o que estava acontecendo com o Falcão. O jeito que ele me prendeu contra a porta, a intensidade no olhar, a respiração acelerada... Tudo nele era uma tempestade prestes a desabar. Mas nada me preparou para o que veio em seguida. Ele me beijou. O choque percorreu meu corpo como um raio, e por alguns segundos eu fiquei completamente perdida. Nunca, em toda a minha vida, tinha deixado alguém tocar os meus lábios. Nunca havia sentido o gosto de outra boca na minha. E ali estava ele, o próprio diabo, rompendo todas as barreiras que eu tentei erguer ao longo da minha vida. O beijo era lento, mas carregado de algo que eu não conseguia decifrar. Os lábios dele estavam quentes, úmidos, e cada movimento era como uma promessa não dita. O medo, a raiva, o desespero… Tudo se dissipou no momento em que cedi, deixando que aquele momento me levasse junto. Minhas mãos, hesitantes, deslizaram para seu abdômen rígido. O calor que emanava dele contrastava com o frio que percorri