Peter está no último ano do ensino médio quando sua vida vira de cabeça para baixo: ele é forçado a se mudar para a casa do novo noivo da mãe e, junto com a nova casa, vem Logan. Logan é tudo que Peter detesta: arrogante, agressivo, misterioso e... absurdamente atraente. Eles deveriam ser como irmãos. É isso que suas famílias esperam. Mas a convivência entre eles se transforma em um jogo perigoso entre provocações, silêncios e olhares que dizem mais do que deveriam. A tensão cresce a cada dia, assim como a atração proibida que os dois lutam para negar. Eles dividem o mesmo teto. Mas o que realmente os separa... é o que não pode ser dito. Afinal... irmãos não se olham assim. E, definitivamente, irmãos não se beijam.
Ler maisPeterLogan dirigia rápido. Seus braços tensionados e os músculos saltando da camisa preta. Ele parecia prestes a explodir, e eu não sabia se era preocupação, raiva ou tudo junto.Era como se nós ainda estivéssemos frente a frente para mim. E eu continuava me culpando por querer mais dessa sensação que me invadia quando ficávamos tão próximos.Estava cada vez mais difícil fugir disso.Chegamos na casa de Alice bem rápido.Logan saiu do carro quase voando, e eu o segui, sem saber exatamente o que deveria fazer. Vendo o quanto ele estava nervoso, imaginei que poderia ser algo grave.Mas só entendi a real gravidade da situação quando vi Alice jogada no sofá, pálida como uma folha de papel. O rosto quase sem vida e as mãos trêmulas segurando um frasco e uma seringa.“Peter, me ajuda aqui.” Logan pediu, e corri até eles.O ajudei a colocá-la em uma posição mais confortável, ela tão fraca que estava praticamente inconsciente.Ele, como quem já sabia o que fazer, foi até a despensa e voltou
PeterFiquei no jardim com Lina por alguns segundos, mas não consegui ficar quieto com a ansiedade que corroía meu peito.A levei para o meu quarto para eu me arrumar, trocar de roupa ou fazer algo que me deixasse melhor do que eu estava. Por mais que eu estivesse sendo meio óbvio quanto ao meu nervosismo, que eu mesmo odiava admitir que existia, ela estava alheia no celular, me dando um pouco de tranquilidade por não notar que eu agia feito louco.Quando descemos, fomos até meu carro. Logan ainda não havia aparecido, e no meio tempo Lina era só elogios a picape.“A tia Sarah não brinca em serviço, essa picape é fodona!” Ri ao ouvi-la dizer isso.“É idêntica à que o meu pai tinha, sabia? Acho que acabei escolhendo de forma inconsciente.” admiti mais para mim que para ela.Lina sorriu em silêncio, até que se virou para a porta da casa e apontou.“O seu professor de direção gatinho finalmente terminou de se aprontar.” Ela caçoou, mas com aquele fundinho de verdade. “Que foi? Gosto de ga
PeterQuando o Mark e o Logan saíram, fiquei mais um tempo na cozinha. Minha mãe começou a falar animada sobre dois clientes novos que tinha conseguido. Fiquei feliz por ela, mas na real, eu só conseguia pensar na mão do Logan segurando a minha e nas palavras dele.Aprender a dirigir sempre foi um desejo meu, não por vaidade, mas pela sensação de autonomia. Era a forma que eu tinha encontrado pra me afastar do Logan, e ironicamente, acabou virando o que ia me unir a ele de novo.Enquanto pensava nisso, eu ajudava minha mãe a secar a louça. Do nada, ela voltou a falar dele."Fico feliz que o Logan esteja aceitando os esforços do Mark. Ele tem tentado muito", disse, com um sorriso discreto, contente realmente com a situação."Você acha que ele é assim por causa da mãe?", deixei escapar, e me arrependi logo depois.Mas, pra minha surpresa, ela não me repreendeu."Não posso afirmar. Não é meu direito tirar conclusões sobre a personalidade dele. Mas é uma possibilidade, sim, com tudo o que
LoganDesci as escadas meio de má vontade, ainda com sono, e a primeira coisa que vi foi o Peter na cozinha. Quase voltei correndo pro quarto.Ele tava lá, com aquela maldita camisa colada, mexendo nas coisas como se nada tivesse acontecendo, e eu? Eu de calça social e camisa ridícula que meu pai insiste que eu use quando vou com ele pra empresa. Sério, parecia que eu tinha saído de um comercial de roupa engomada. Fiquei com vontade de me enfiar embaixo da mesa.Aí, claro, eu fodi tudo. Nem foi porque eu tava bravo, foi porque eu me senti um idiota. É sempre assim com ele. Quanto mais eu tento ignorar, mais eu reparo; o cheiro do perfume, o jeito que ele se mexe... e eu odeio isso.E o pior? Eu encostei nele de novo. Segurei a mão dele. Eu não devia ter feito isso. Não sei o que acontece comigo quando tô perto dele, parece automático. Depois fico me xingando por deixar acontecer.Então eu me escondo atrás do meu mau-humor. É mais fácil ser grosso do que mostrar que eu não sei lidar.
PeterO teto ainda girava um pouco diante dos meus olhos.Passei os dedos no lençol macio, sentindo a brisa leve que entrava pela janela. O ar fresco se mesclava ao raio de sol, quente e aconchegante, que cobria minha pele. Dormir bêbado é uma aventura, mas acordar ainda sentindo os efeitos da embriaguez não foi tão ruim quanto eu podia imaginar.Eu me sentia leve, como se meu corpo flutuasse. Um sorriso bobo se recusava a sair do meu rosto, e eu me sentia um idiota por me pegar repassando as lembranças da noite passada de minuto em minuto.Quando ouvi a porta do quarto ao lado bater, um frio passeou na minha espinha.Logan havia acordado, já estava de pé.Eu não deveria estar fazendo isso, repassando os passos dele, pensando se ele estava saindo do banho com aquela toalha indecente na cintura como se fosse o dono da própria mansão, descendo as escadas sem se preocupar se mostrava demais.Mas eu estava. Estava de um modo quase obsessivo, querendo voar até lá embaixo apenas para ver se
LoganA festa já tinha começado errada pra mim antes mesmo de sair de casa.Alice estava eufórica na escola, falando sem parar de como ia ser divertido, quem estaria lá, quais músicas iam tocar. E eu só conseguia imaginar o sufoco que ia ser. Gente demais, barulho demais, todo mundo fingindo que tava se divertindo quando na real só estavam se exibindo. E eu… eu só ia porque era isso que esperavam de mim. Eu era o namorado da Alice, “o cara de sorte” que namorava a menina mais bonita da sala.Eu gosto da Alice. Gosto mesmo. Mas não é o tipo de gostar que devia ser. Não é aquele calor no peito, aquela ansiedade boa de encostar. E quanto mais o tempo passa, mais me sinto preso num papel que alguém escreveu e colocou na minha mão. Só que nunca perguntaram se eu queria interpretar.E naquela noite, tudo isso ficou ainda mais gritante porque Peter estava lá.Eu o vi durante todo o tempo. Rindo alto, o cabelo loiro caindo de qualquer jeito na testa, iluminado pelas luzes coloridas do jardi
Último capítulo