Em um mundo onde vampiros, lobisomens e bruxas travam uma luta milenar, David vive uma existência de tortura e servidão. Preso desde a infância, ele suportou abusos e serviu como alimento para os seres sobrenaturais que o aprisionaram. No entanto, em seu aniversário de 25 anos, tudo muda quando um encontro surpreendente desperta poderes há muito suprimidos.
Ler mais19 anos atrás…
— Camila, por favor, você precisa me ajudar — Débora estava transtornada quando pediu ajuda à sua irmã — Eu preciso desaparecer e preciso que fique com o David e o esconda com sua magia.
Camila podia ver a angústia no olhar de sua irmã.
— O que houve, Débora? Por que você está assim? E quem está atrás de você? — perguntou tentando entender a situação.
— Me escute, você sabe que agora não posso mais usar minha magia para protegê-lo, e você sabe que nem os vampiros, nem os lobos vão deixar isso passar — Débora disse chorando — Vou forjar minha morte e a do meu filho, e vou sumir por um tempo, o suficiente para ter certeza de que ele está seguro, então voltarei e o buscarei.
Débora não tinha muita opção naquele momento, pois ela e David corriam perigo. Camila olhou para sua irmã e disse com firmeza:
— Não se preocupe, você sabe que faço tudo por você, minha irmã, mas preciso fazer essa pergunta. — Camila olhou nos olhos de sua irmã e fez a pergunta: — Me diz, mesmo com tudo isso acontecendo, ele valeu a pena?
Débora deu um sorriso em meio às lágrimas e respondeu:
— Sim, ele é o amor da minha vida, o meu predestinado.
Camila deu um sorriso e afirmou para sua irmã:
— Então vou te ajudar com sua felicidade.
Dias atuais
Felipe se viu deitado em uma cama e notou alguém sentado próximo a ele. “O mesmo sonho”
pensa Felipe, “desta vez tenho que ver seu rosto.”Felipe levantou o braço e tocou na marca de nascença da pessoa à sua frente, a marca de uma lua crescente, a mesma marca que ele tem em seu ombro esquerdo também.Essa marca pertence ao clã de lobos da Lua Crescente. Todos os lobos do seu clã possuem essa marca, mas somente os que têm sangue de alfa possuem uma marca mais forte, o que é o seu caso. Felipe é filho de um alfa e também nasceu como alfa. Ele percebeu que a pessoa em seu sonho também era um alfa, pois a marca estava bem visível.
Assim que Felipe tocou a marca no ombro do outro, o indivíduo se virou, mas Felipe nunca conseguiu ver seu rosto, e nesse momento, acorda.
— Merda, novamente a mesma coisa — Felipe diz bufando — Por que não consigo ver seu rosto? E por que é um cara?
Felipe se sentou na cama e esfregou o rosto. Ele ficou pensativo, precisava descobrir por que ficava sonhando com esse homem e por que não conseguia ver seu rosto.
Ele sabia que os alfas podiam sonhar com suas almas gêmeas ou a pessoa predestinada, mas seria esse o caso? Afinal, Felipe nunca sentiu nada por outro homem; sempre se envolveu com garotas. No entanto, no sonho, ele parecia bem íntimo dessa pessoa e parecia feliz.
Essa sensação deixava Felipe desconfortável. Como não conseguiu mais dormir, decidiu sair para correr um pouco e esvaziar a mente. Ainda era madrugada, mas Felipe vestiu seu moletom e saiu para correr na floresta.
Depois de correr alguns quilômetros, Felipe voltou. Já tinha amanhecido quando ele chegou em casa, e sua mãe e sua irmã já tinham se levantado e estavam tomando café.
— Querido, por que saiu para correr tão cedo? — perguntou sua mãe.
— Não conseguia dormir, mãe, então decidi correr para esfriar a cabeça.
— Esfriar a cabeça? O que houve, brigou com alguma namorada? — indagou sua mãe, percebendo a tensão no ar.
Felipe respirou fundo, mas antes que pudesse responder, sua irmã falou primeiro:
— Acho que ele teve aquele sonho de novo.
Sua mãe olhou de um para o outro, sem entender o que estava acontecendo, apenas observando o rosto de travessura da irmã e o olhar preocupado de Felipe.
— Sonho? Que sonho? Do que se trata, querido? — perguntou ela.
Felipe deu mais uma olhada para sua irmã, respirou fundo e decidiu contar a sua mãe sobre os sonhos que estava tendo desde que completou 25 anos, o que aconteceu há não mais que um mês.
Depois de relatar tudo, sua mãe ficou um pouco pensativa, com um olhar distante, o que fez Felipe ficar curioso.
— Mãe? A senhora sabe de alguma coisa que não sei ou está assim porque estou sonhando com um homem? — indagou Felipe, querendo entender a expressão de sua mãe.
Sua mãe voltou a si, deu um sorriso e segurou a mão de Felipe, dizendo:
— Não estou preocupada por ser um garoto, querido. Se ele é sua alma gêmea, eu sei que ele te fará feliz. E você sabe que na alcateia há vários alfas que descobriram que suas almas gêmeas, no final, eram pessoas do mesmo sexo.
— Mas nunca senti nada por outro garoto — Felipe ainda estava relutante com essa ideia
— Mas se ele for, querido, você saberá assim que o ver. Você pode não ter sentido nada por outro, mas ele poderá despertar sentimentos em você que jamais sentiu. — Sua mãe sorriu novamente
Depois de dizer isso, Felipe percebeu que sua mãe estava em dúvida sobre contar algo mais.
— Mãe, acho que tem mais alguma coisa, não é? Por favor, preciso que me fale — insistiu Felipe.
Sua mãe o olhou por alguns instantes antes de finalmente decidir falar.
— Felipe, o que me deixou preocupada não é o fato de ser um garoto, mas sim o fato de você não ter conseguido ver seu rosto. — Ela respirou fundo e continuou — Já ouvi histórias de alfas que sonharam com seus predestinados e não conseguiam ver seus rostos. Isso costuma acontecer por dois motivos: ou porque eles não ficariam juntos por muito tempo ou porque eram do clã dos Twinkes.
— Twinkes? Espera, esse não é um clã de bruxas e bruxos que podem dominar lobos e vampiros? — Felipe disse um pouco assustado.
— Sim, eles se mantêm discretos porque não querem problemas, nem com os lobos, nem com os vampiros. Mas você disse que ele tinha a marca da Lua Crescente, então não tem como ele ser um bruxo — explicou sua mãe.
Felipe olhou para baixo e completou com uma expressão preocupada.
— Então, se ele não é um bruxo, talvez isso signifique que não vamos ficar juntos por muito tempo.
— Querido, seu sonho é um pouco confuso. Talvez haja outro motivo para isso. Não vamos pensar nisso até você conhecê-lo. — Sua mãe tentou acalmar Felipe.
Felipe concordou com a cabeça, mas, no fundo, de seu coração, ainda se sentia angustiado.
— Vou tomar banho e fazer a patrulha.
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— O sangue desse garoto é incrível, reserve ele para mim na próxima semana. Da próxima vez, quero o serviço completo — disse o vampiro enquanto saía da sala, deixando um rapaz deitado na cama, meio desacordado e com marcas de mordidas pelo corpo.
Um gemido escapou dos lábios de David.
— Hum! Até quando ficarei nesse inferno? — sussurrou ele.
David foi tirado de seus pensamentos por Felipe, que o abraçou por trás e perguntou o que ele estava fazendo ali.— Nada, só estava pensando em algumas coisas.— Senti sua falta na cama, não só eu, mas também os nossos pequenos — disse Felipe.David se virou para voltar, lançando um último olhar para o rio, mas Georgina já não estava mais lá. Vários meses haviam se passado desde o confronto com Claus. Os gêmeos já haviam nascido, e David e Felipe estavam desfrutando das alegrias e desafios da paternidade.Eles haviam conseguido um médico vampiro para realizar o procedimento nele. Afinal, seria complicado explicar a um médico humano a gravidez de David e sua rápida capacidade de cura. Para o procedimento, tiveram que usar uma pequena quantidade de mata lobos e contar com a ajuda de Astrid e da magia para manter o corte aberto tempo suficiente para o médico poder retirar as crianças com segurança.Nos primeiros dias, David e Felipe não enfrentaram muitas dificuldades, pois estavam cerca
Depois de mandar Felipe embora e incendiar toda a casa, David usou a magia para se proteger da explosão que criou, destruindo completamente o local. Ele saiu andando em meio às chamas até emergir do que restou da casa.Determinado, David partiu em busca do homem que ele queria matar. Conseguira sentir o cheiro dos dois e os rastrearia através dele e da magia. Claus possuía outra casa na região, e David seguiu na direção dela. Sabia que a residência não estaria desprotegida totalmente, e poderia esperar por outro confronto, mas sua raiva e vontade, faria com que fosse rápido.O cheiro os levou até uma casa. Como muitas das propriedades de Claus, esta também era grande e luxuosa. Grande parte daquele luxo, David sabia, veio literalmente de seu sangue e suor. Ele observou por alguns instantes a movimentação da casa e então avançou a passos largos em direção ao jardim. Assim que o viram, os guardas partiram em sua direção, mas David os afastava com um simples movimento das mãos. Sabia qu
David se lembrou do momento em que estava ajoelhado, segurando Felipe nos braços. Ele não via nada e não ouvia nada, a única coisa em que David prestava atenção era na sua dor, uma dor agoniante e dilacerante. Para David, era como se seu coração tivesse sido arrancado do peito e esmagado.Enquanto sentia a magia tomando conta de si e a dor aumentando cada vez mais, David viu a mulher misteriosa que o estava rodeando se aproximar dele. Ela se ajoelhou ao lado de David e Felipe, e David perguntou quem ela era.— Meu nome é Georgina, David. Sou sua ancestral e a bruxa que carregou a Magia da Transcendência. Tenho observado você há algum tempo e sabia que isso poderia acontecer, já que você possui a mesma magia que um dia eu possuí.Georgina tocou o braço de David e continuou a falar:— Estou aqui para ajudar você, David. Eu não tive essa ajuda quando foi a minha vez de perder o controle. Eu não sabia que tinha uma segunda opção. — Que opção posso ter? Felipe está morto e eu não posso… n
Todos estavam felizes e contentes com o fato de Felipe não querer mais desistir de sua vida. Eles continuaram ali, desfrutando de uma paz e harmonia que todos sentiam. Com Claus morto, todos podiam respirar aliviados. Tudo o que David queria era voltar para a casa de Felipe, que também podia considerar sua, tomar um bom banho e descansar um pouco. Felipe percebeu a aparência cansada e abatida de David, embora todos os seus ferimentos já tivessem se curado, ele ainda parecia exausto. David não dormiu a noite toda. Mesmo sendo um vampiro, ele ainda tinha seu lado lobo e bruxo que necessitavam de repouso e horas de sono. Sem falar que a gravidez também contribuía para sua sonolência. Felipe avisou a todos que iria embora levar David para descansar, e todos também voltariam às suas vidas. Astrid e Maya retornariam ao santuário, Ária e Penélope voltariam para a casa de Santiago, e Débora já estava passando mais tempo na casa de Mário, então não se preocupava em voltar para a casa de Sant
David analisou a situação e pensou no que fazer. Ele não estava disposto a abrir mão de Felipe. Se fosse preciso ser egoísta, ele seria. Sabia que não aguentaria viver sem Felipe.— Quer saber, Felipe? Você tem razão. Eu preciso de uma pessoa forte ao meu lado. Analisando bem agora, não acho que você seja essa pessoa — disse David, com dificuldade.Era difícil para David dizer aquelas palavras para Felipe, mas ele precisava fazer. Felipe cerrou a sobrancelha, não acreditando no que estava ouvindo. David pegou a aliança de Felipe que estava em sua mão e a colocou em uma cômoda, fazendo questão de que Felipe visse.— Eu pedi para Astrid fazer o feitiço na sua aliança caso não conseguisse sair à luz do dia, mas parece que você não vai mais precisar, nem para andar à luz do dia, nem para o nosso casamento.— Quando você se for, nossa ligação também irá desaparecer, e então posso seguir em frente e encontrar outra pessoa para suprir sua falta na cama e sua falta para nosso filho — disse Da
A situação de Astrid estava ficando cada vez pior. Ela sentiu que, se não conseguisse trazer David de volta, acabaria mesmo morrendo ali. Tentou falar seu nome mais uma vez, mas foi em vão. Astrid viu David olhar novamente em direção a Felipe, observando-o. Em seguida, ele voltou a olhar para o ponto de luz à sua frente e fechou os olhos. Astrid começou a sentir a pressão em sua cabeça aliviar lentamente. Astrid não sabia o que era aquilo ou o que tinha acontecido, mas independente do que fosse, estava funcionando para David. Ela parou de sentir dor, e a aura de David havia mudado. Ele beijou Felipe e o colocou deitado no chão. Então, foi em direção a Astrid, que estava caída, e mordeu sua mão, entregando seu sangue para ela.Astrid aceitou porque realmente estava fraca. Ela não entendia completamente o que tinha acontecido. Os olhos de David estavam roxos, indicando que ainda estava sob efeito da magia, mas parecia lúcido e sob controle.Assim que Astrid parou de beber, ela se sento
Último capítulo