Eron Kall Lial
O céu ainda está coberto por uma neblina tênue quando apago os últimos vestígios da fogueira com um punhado de terra úmida. A luz filtra-se timidamente entre as folhas altas das árvores, e o ar tem aquele frescor típico de um dia que começa com silêncio. Aisha se aproxima, depois de ter se afastado para vestir as suas roupas que se secaram durante a noite perto da fogueira.
— Está tudo pronto? — ela pergunta, ajeitando uma mecha de cabelo atrás da orelha.
Assinto com um movimento contido. O lobo dentro de mim está inquieto. Não foi só a noite maldormida ou a preocupação com o que encontraremos em Cindra. É algo mais. Um pressentimento. Como se a floresta sussurrasse que estamos sendo observados.
— Vamos seguir por mais uma trilha antes de sairmos da mata. Há um vilarejo a algumas léguas daqui. De lá, consigo um jeito de chegarmos à cidade — explico, mantendo a voz baixa.
Aisha não questiona. A garota já deve ter aprendido que raramente falo muito, mas quando digo algo,