Eron Kall Fury
Tudo é escuridão.
Não vejo.
Não ouço.
Só sinto a dor... e o peso do mundo desabado sobre mim.
Tento respirar. E o ar está tomado de poeira. Meus pulmões se enchem de cinza. Tusso. Me viro. Estou soterrado até a cintura, pedras em cima do meu corpo semilupino. Faço força. Os músculos latejam. O sangue escorre de cortes que nem percebi ter.
Mas estou vivo.
Cacos de pedras voam por todo lado com a explosão de minha força e magia. Um rosnado primal escapa da minha garganta. Minha carne queima. Cada célula vibra com a fúria desse bruxo maldito.
Handall não morreu.
Sinto.
Ele está aqui, em algum ponto da escuridão, e ainda respira. Um calor maligno serpenteia no ar.
Como se a própria sombra estivesse esperando para atacar.
Empurro os escombros e me ergo.
Minhas patas racham o chão.
Meus olhos percorrem o que sobrou do salão.
Tudo ao redor é ruína, um lado do salão não existe mais, mas há um clarão adiante... uma luz dourada, pulsante... o Supremo.
— Você devia ter aceitado..