A porta da sala de Kael bateu com força atrás de Elara, não por descuido, mas porque suas mãos ainda estavam trêmulas demais para qualquer gesto delicado. A conversa com o departamento jurídico havia terminado, mas a sensação de ser observada continuava presa à pele como um arrepio que não passava.
Kael estava logo atrás dela — ela sentia, mesmo sem olhar.
— Elara — a voz dele veio firme, baixa, carregada de algo que se aproximava perigosamente de preocupação real — você precisa me ouvir.
— Eu estou ouvindo desde ontem, Kael — ela retrucou, sem virar para ele. — Só que nada disso faz sentido. Quem estaria tentando nos atingir assim?
— Alguém que sabe onde nos atingir — ele respondeu, aproximando-se até sua sombra tocar a dela. — Alguém que tem acesso. Alguém que não está jogando limpo.
Elara fechou os olhos por um instante. Aquilo não era mais só sobre sentimentos conflitantes, beijos suspensos, olhares que pesavam.
Agora havia um inimigo.
E isso tornava tudo ainda mais perigoso.
Ela