Eu entrei no carro sem olhar para trás.
Não porque não quisesse — mas porque, se olhasse, eu talvez perdesse a coragem de ir embora. E eu precisava de distância. Precisava respirar.
As mãos tremiam no volante.
Kael e Leon.
Dois nomes que já não eram apenas lembranças, possibilidades, passado e acaso.
Eles eram decisões.
E eu estava no centro — como se tivesse sido lançada num campo minado emocional, onde cada passo podia explodir algo irreversível.
O caminho até meu apartamento pareceu mais longo do que o normal. Quando estacionei, fechei os olhos por alguns segundos, tentando alinhar minha respiração.
Mas a realidade bateu antes que eu sequer pudesse entrar: mensagens no celular.
Uma de Leon.
Uma de Kael.
Eu encarei as notificações como se fossem granadas.
Leon: Se chegar em casa, só me avise. Eu só quero saber que está bem.
Simples. Gentil. Direto.
Ele sempre soube quando não pressionar.
E então — Kael.
Kael: Quando respirar não doer mais, me responda.
Meu coração a