Consegui sair da cozinha tentando ao máximo fica invisível, mas os olhares não me deixavam, onde Lucas aparecia eu fugia para longe dele. Minha raiva ainda era muita, eu precisava evitá-lo.
Bebi, comi, me arrisquei a dançar com Ana.
A música suave preencheu o salão, e Ana me puxou para dançar, como sempre fazia quando queria me distrair. Eu deixei que ela me conduzisse, tentando rir da situação. No entanto, bastou um giro mais lento para que, por um instante, minha mente me traísse: lembrei do toque firme de Antônio em minha cintura, da forma como ele me guiara quando dançamos.
O contraste me fez engolir seco. O jeito leve de Ana era doce, confortável, mas a lembrança dele tinha outra intensidade, quase perigosa, que me fazia perder o fôlego. Pisquei algumas vezes, afastando a memória antes que Ana percebesse meu silêncio repentino, e forcei um sorriso.
— Está com a cabeça longe, hein? — Ana comentou, divertida.
— Talvez um pouco… — respondi, disfarçando, mas por dentro o coração