Capítulo 48
Maeve Jhosef
Não era ciúmes.
Era o medo de ser invisível.
O medo de, depois de tudo — depois das noites em que o silêncio era nosso idioma mais íntimo, depois dos olhares que diziam tudo que as palavras não conseguiam, depois dos suspiros entrecortados de desejo e dor —, ele ainda me esconder. Me negar.
Como se eu fosse uma sombra de tudo o que vivemos. Um segredo que ele precisava manter trancado entre quatro paredes, longe dos olhos do mundo.
Naquela noite, no salão dourado da sede central da Jhosef Industries, o ambiente era opressor. A beleza da decoração — cristais pendendo como lágrimas congeladas, espelhos lapidados, arranjos exuberantes — não conseguia distrair o aperto crescente em meu peito.
Eu me sentia deslocada. Inadequada. Uma pintura fora de estilo pendurada na parede errada.
Isaac parecia diferente. Tenso. Calado. O tipo de silêncio que não é tranquilo, mas alerta. Observei seus dedos, sempre tão firmes, agora inquietos, girando a aliança no dedo ane