Capítulo 37 – “Algumas decisões nascem em silêncio, mas transformam tudo ao redor.”
Maeve Jhosef
O gosto dele ainda estava na minha boca.
Era um gosto difícil de descrever. Não era apenas a sensação física do beijo, mas o que ele deixou quando se afastou. Um tremor interno. Uma convulsão emocional que percorreu minhas veias como fogo e, ao mesmo tempo, como alívio. Como se, depois de meses contornando o precipício, finalmente tivéssemos pulado.
Isaac me beijou.
E eu desejei que aquele beijo não tivesse fim.
—Você vai continuar aí, parada, com essa cara de quem viu o próprio orgasmo materializado ou vai me contar o que aconteceu? — Zola perguntou, enquanto colocava os sapatos ao lado da porta do nosso quarto no hotel.
Olhei para ela, ainda em silêncio. Não por vergonha. Mas porque eu não conseguia traduzir em palavras o que aquele momento tinha feito comigo.
—Você dormiu com ele?! — ela arqueou as sobrancelhas como se tivesse encontrado a resposta por conta própria.
—Não. — A resposta