capítulo 20

Capítulo 20

"Alguns silêncios são mais eloquentes do que qualquer confissão." — Marjorye Sandalo

— Maeve Jhosef

O último dia do congresso amanheceu envolto por uma névoa fina que cobria os prédios altos de Seatlan como um véu de luto. Era como se a cidade soubesse das sombras que ainda viviam dentro de mim.

Vesti-me devagar, sem pressa, como se cada botão fechado fosse uma tentativa de conter o que pulsava por dentro. Meu reflexo no espelho me pareceu mais tranquilo do que nos dias anteriores — ou talvez apenas mais resignado.

O silêncio no quarto já não era incômodo. De certa forma, se tornou uma companhia familiar entre nós. Isaac ainda dormia quando deixei a janela entreaberta, deixando que o frio da manhã invadisse um pouco o espaço, para lembrar ao meu corpo que ainda estava viva.

A manhã passou sem incidentes. Participamos de mais duas palestras técnicas — as palavras, embora densas, me pareceram distantes. A única coisa que realmente me alcançava era o calor que sentia sempre
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