Capítulo 11
“O desejo é uma faísca silenciosa: nasce no atrito da negação, cresce na recusa e se incendeia no que jamais deveria ser visto.” — Marjorye Sandalo
Maeve Jhosef
O que vi naquela sala não era algo que eu pudesse simplesmente esquecer.
E talvez... nem quisesse.
Ainda me pego tentando racionalizar o que aconteceu, como se as imagens que agora insistem em invadir meus pensamentos pudessem ser reduzidas a uma sequência lógica. Como se o fato de ter entrado sem bater pudesse justificar a maneira como meu coração colidiu contra o peito ao vê-lo assim — despido, parcialmente, mas ainda mais exposto do que jamais imaginei.
Eu só queria discutir um documento. Só isso.
Mas encontrei Isaac em pé, de costas para mim, a camisa aberta no peito e as mangas pendendo frouxas nos braços. Havia vapor pairando no ar, como se o chá recém-derramado ainda insistisse em evaporar o silêncio da sala.
Vi quando ele levou o pano ao abdômen, secando-se com uma calma que me irritou. Como se aquele momen