Leonardo estava em um quarto barato de hotel, copo de uísque pela metade na mão e os olhos fixos no celular. O detetive que pagara para vigiar Sophie havia acabado de mandar uma mensagem curta:
"Ela esteve hoje cedo na delegacia com um homem. Denunciou você. E um advogado entrou com pedido de divórcio."
A tela do celular quase rachou quando ele a atirou contra a parede. O copo foi o próximo, espalhando cacos e bebida pelo chão. A respiração dele acelerava, os músculos rígidos, a fúria transbordando a cada segundo.
— Aquela vadia… — rosnou, passando as mãos pelos cabelos desgrenhados. — Vagabunda! Como ousa?!
A lembrança de Sophie nos seus braços há três anos, assustada, obediente, silenciosa, voltava como um chicote queimando a pele. Para Leonardo, ela ainda era sua. Sempre seria.
— Você me deve tudo, docinho… — murmurava para si, andando de um lado para o outro, como um animal enjaulado. — Eu te fiz mulher, eu te moldei. Você era nada antes de mim! Nada!
A notícia do divórcio o feria