Li Wei
O voo de volta para Xangai foi uma descida lenta do céu para a terra, e a aterrissagem foi dura. Cada quilômetro que o jato de Rashid me afastava de Milão era uma nova camada de armadura sendo forçada de volta em mim. O homem que riu na cama de Siena, que a segurou no chuveiro, foi sendo enterrado sob o peso de Li Wei, o ídolo, o empresário, o filho.
Quando pousei na pista privada, Kenji estava me esperando. Seu rosto estava impassível como sempre, mas seus olhos continham uma pergunta silenciosa.
—A operação foi um sucesso—, foi tudo o que eu disse, e ele assentiu, entendendo que eu não estava falando de nenhuma guerra secreta.
A viagem de volta para a cidade foi silenciosa. O cheiro de Siena ainda estava em minhas roupas, em minha pele. Eu o inalei, tentando memorizá-lo, sabendo que logo seria lavado e substituído pelo cheiro estéril do meu mundo.
A realidade me atingiu na porta do meu apartamento. Li Lin estava me esperando. Ela não estava com raiva. Pior, ela estava animada