Lorenzo Amoretti e Clara Dal
O hotel cinco estrelas que a família Dal havia requisitado em Nice parecia um quartel-general de luxo. Mas a suíte presidencial, onde a reunião foi convocada, parecia uma câmara de tortura.
Clara e eu estávamos sentados em um sofá de veludo, sozinhos no centro da sala. O resto da família estava espalhado, formando um semicírculo acusador ao nosso redor. Daniel e Bia, os generais. Meus tios, os monarcas de coração partido. Lucas e Laura, os soldados leais e zangados.
Eles haviam passado as últimas 24 horas se revezando no hospital, absorvendo a gravidade da situação. Agora, a crise médica estava (momentaneamente) em pausa. A crise familiar estava prestes a explodir.
Dr. Dal, meu tio, começou. Ele era um homem de ciência, e sua abordagem foi metódica, o que a tornou ainda mais aterrorizante.
—Nós sabemos o que aconteceu—, ele disse, a voz calma e fria. —O que não entendemos é o porquê. Por que vocês dois—, ele olhou de Clara para mim, —acreditaram que tinha