Li Wei
Eu não deveria estar aqui. Cada fibra do meu ser, treinado por anos de controle e discrição, gritava que isso era uma loucura. Sentar na primeira fila do desfile da mulher que me agrediu era o equivalente a jogar um galão de gasolina em um incêndio de relações públicas. Lin, que estava a poucos quilômetros de distância em sua própria suíte de hotel, provavelmente já sentia o cheiro da fumaça. Se ela descobrisse, não haveria um jato para pegar; a explosão seria aqui, agora.
Mas eu não conseguia ficar longe. As palavras de Kenji, antes de ele começar sua investigação, ecoavam em minha mente: – A raiva dela, Wei... parecia real. Não era atuação.– E a intervenção do primo dela, Lorenzo Amoretti, adicionava um peso à história que eu não podia mais ignorar. Eu não vim aqui como um espectador. Vim como um investigador, escondido à vista de todos.
As luzes diminuíram. A música pulsou. E o desfile começou.
As peças dela... eram extraordinárias. Não eram apenas joias. Eram esculturas. Ha