Siena Dal
Os bastidores de um desfile de moda são um paradoxo: um epicentro de caos projetado para criar uma ilusão de perfeição. Nos minutos que antecederam o início, essa verdade nunca pareceu tão clara. O ar estava denso com o cheiro de laquê, o zumbido de secadores de cabelo e uma tensão elétrica que fazia os pelos da minha nuca se arrepiarem. Meu coração batia no ritmo da música eletrônica pulsante que começava a vazar para os bastidores. Era agora. Tudo se resumia a isso.
Foi quando meu tablet, montado em um tripé para que eu pudesse ver a passarela, começou a tocar o toque estridente de uma chamada de vídeo. O nome na tela fez meu coração se aquecer e entrar em pânico ao mesmo tempo: "Clã Amoretti Dal".
– Agora não,– murmurei para mim mesma.
– Atenda,– disse Luna, surgindo ao meu lado como um fantasma elegante. – É pior se não atender. Você sabe como eles são.
Respirando fundo, eu atendi. A tela se dividiu em um mosaico caótico de rostos que eram o meu mundo inteiro.
No topo,