Alejandro Albeniz
— Perdeu completamente o juízo, se acha mesmo que vou me casar com você! — falei entredentes e cerrando as mãos em punho ao lado do corpo.
— Quer o meu dinheiro, não quer? Quer ser o herói da donzela em perigo, não quer? Então, essa é a minha condição. Casa comigo.
— Nem fodendo! E sabemos que esse dinheiro não é seu.
— Existe um testamento assinado pelo seu pai que diz que o dinheiro é meu, sim.
— Vai para o inferno!
— Estou no paraíso, querido. — disse, sorrindo. Um sorriso triunfante. — Quem deve estar passando um inferno é a Ximena, precisa arrumar um jeito de salvar a pobre moça. — Mercês parecia se deliciar com a minha dor.
Eu tinha vontade de pegar o pescoço dela e só soltar quando não visse mais seu sorriso cínico. Mas isso seria me igualar àquele monstro.
Juro que quando saí da propriedade, ouvi sua gargalhada, satisfeita pela breve tortura mental que me fez.
Eu estava perdido, mas sentar e chorar não era uma opção. Iria esperar amanhecer para começar a faz