Alejandro Albeniz
Ximena não precisou me pedir duas vezes, apenas pedi para ela repetir, que era para ter certeza que eu ouvia certo. Sem pestanejar ou ter qualquer sombra de dúvidas, acatei com prazer seu pedido de ir morarmos juntos, a euforia tomou conta de mim, que até suportaria olhar para cara da minha família, desde que seja para eu pegar minhas coisas.
Enfiei mais uma camiseta na mala e senti o zíper reclamar pelo volume de roupas contido ali dentro, mas não tinha tempo para pensar nisso. Analisei rapidamente ao redor, ódio correndo em minhas veias… Quarto enorme, closet cheirando a lavanda cara, tapete que afundava sob os pés de tão macio, e nada disso tinha gosto de lar. Hoje, menos ainda. Eu só queria meter tudo num saco de lixo, jogar no carro e sumir.
Até que, antes que eu tivesse a chance de fazer qualquer outra coisa, atrás de mim surgiu Mercês. Seu salto fazendo clac‑clac no piso me dava nos nervos, parecia que cada passo dela criava eco nos meus ouvidos. Fosse a rai