Pov's Annabelle.
Domingo 7 horas da manhã. Cabana- New York. Acordei com o enjoo insuportável, caramba! Richard ficou a madrugada inteira enchendo o meu saco. — Bom dia, mamãe. — Já tomou banho, garota?— meu tom sai surpreso, enquanto esfrego os meus olhos. Mel está de vestido de florzinha, usa o seu rosa típico. Em seu cabelo loirinho há um laço. — Eu e o papai vamos ao parque. — Não me diga. É bem no exato momento que o pilantra aparece no quarto, todo arrumado. O cheiro forte do seu perfume masculino preenche o ambiente. Richard acena para mim, com sarcasmo. Faço uma careta de nojo, por ele se sentir vitorioso ao estar conseguindo ganhar aposta. — Não vai também, meu amor?— o tom rouco do próprio me alfineta, com deboche. Reviro os olhos, disfarçadamente, para fingir na frente da nossa filha que somos um casal "perfeito." — Estou enjoada, vida.— menciono o apelido carinho.— Acho que esse bebezinho não está me fazendo muito bem. — Gravidez não é doença, Annabelle. Levante desta cama agora, e vamos dar um passeio com a nossa filha. Richard insiste em me provocar, é nítido a malícia das palavras que usa. O amaldiçoo mentalmente, por esse filho da puta está fazendo de propósito, para se vingar de mim. — Vamos, mamãe! — Não quero ir filha, estou cansada. — Sua mãe trabalhou demais ontem, princesa, temos que relevar. Mais uma vez, escuto a indireta. Fecho a mão em punho, fuzilando-o com o olhar. Dá para vê o quanto se diverte da situação ao rir da minha cara. — Sim, trabalhei, já que têm certas pessoas que não fazem o serviço direito, não é Richard? — Annabelle é uma mulher muito batalhadora, pequena, eu tenho tanto orgulho da sua mãe. O infeliz cochicha no ouvido da nossa filha. Mel fica nas nuvens ao ouvir o elogio. Ela uma criança tão doce e inocente, que nem imagina que essa família de conto de fadas que criou, não passa de uma farsa. *********************************************** Algumas horas depois.... 10 horas da manhã. De domingo. New York City. A contragosto tive que vim a cidade. Está parecendo um circo esse passeio ridículo, estamos indo à um parque onde há várias criancinhas mimadas brincando. — Tenta pelo menos disfarçar esse mau humor.— Richard sussurra do meu lado, "aconselhando". — Não fala comigo. — Qual foi, Annabelle? — Ainda pergunta? Me traz pra esse inferno em pleno domingo e ainda quer que eu esteja feliz? — Mamãe, vem! Mel grita por mim, sentada no balancador do brinquedo e bufo baixinho. Era só o que faltava. — Já vai, filha! Mamãe já tá indo.— respondo na maior simpatia. — Vem logo. — Tá feliz? Interrogo ao outro (Richard) que está adorando tudo isso, minha vontade no fundo é de sair correndo deste lugar. ************************************************ Passo alguns minutos empurrando Mel no brinquedo, ela está se divertindo horrores, sorrindo até por vento. Meu único motivo de continuar aqui parada igual uma idiota, é vê-la feliz. O folgado do Richard está sentado, de braços cruzados, com a cara de tédio. Nem esconde sua insatisfação de odiar tudo isso. — Por que você não chama o seu papai para brincar contigo? — dou a ideia.— Ele vai amar. — PAPAIIIII, VEMMMMMM!!!! Mel se anima, até acho que ela vai me deixar ir. No entanto, quando ouço: — Empurra eu e a mamãe juntas. — Ah fala sério!— murmuro alto demais, recebendo a reação dos olhinhos verdes à minha frente:— Quer dizer, eu tô tão animada para brincar também filha. Sorrio fraco, entreolhando para Richard e pedindo socorro através da nossa troca de olhares. Ele inicia a empurrar com as mãos, fazendo o brinquedo mover de um lado pro lado. Estamos nós duas sentadas, a única que está se divertindo é a Mel. — Mama, olha ali! De repente o seu entusiasmo me faz olhar em sentido. E praquejo mentalmente, quando leio a placa da loja. — Vamos lá.— se levanta do brinquedo. — Não. – Mamãe vamos comprar um cachorrinho, por favor! — Nem pensar, seu pai não deixa.— minto, jogando a responsabilidade, este que arregala os olhos; — Quem disse isso, Annabelle? — Você.—solto com ironia.— Não é? — É, s-sim. — gagueja, tentando ser durão.— Mas eu posso mudar de ideia. Sinto vontade de matá-lo e gritar horrores nos ouvidos desse idiota. Que desgraçado! Aí ela se solta de mim e vai implorar a ele, com os olhinhos cheios de lágrimas. — Por favor, papai, quelo muito ter um pet!!!! Richard se sente ao máximo ao vê que esse seu ato pode conquistar coraçãozinho da nossa filha. — Claro que eu deixo, princesa. Ele a põe nos braços, sorrindo. Fico puta, quando vejo a cena. — Mas terá que perguntar a sua mãe também, o que ela acha. Ambos olham para mim, esperando uma resposta. — Você vai deixar, mamãe? — Se o seu pai deixou, por mim não tem problema. Disfarço, vendo o sujeito (Richard) rindo da minha cara no fundo. Mel corre na frente, e nos deixa atrás. — Como é que vamos comprar a merda de um cachorro, se não temos nenhum centavo!— aos gritos, brigo. — Podemos roubar. — Que ideia magnífica, Richard, roubar em plena luz do dia em lugar que possui inúmeras câmeras. Achei que você fosse mais inteligente, mas pelo visto me enganei. — Tenho uma ideia melhor, eu posso seduzir a recepcionista do caixa, enquanto você entra para pegar o vira-lata. — Se você abrir a sua boca, para falar mais uma bobagem, eu nem sei o que faço.— ameaço — Calma, Annabelle, não precisa ficar nervosa meu bem, pode fazer mal ao bebê — ele me puxa, dando um beijo no canto do meu rosto. Fico mais furiosa, com o seu teatro barato.— Sei que você sente muito ciúmes de mim, mas está tudo sob controle querida. Ele finge que estamos num clima de casal "apaixonado", e de imediato, envolve os seus braços em meu corpo dando-me um abraço em público. Até tento me esquivar do toque, mas seus braços me apertam. — O que é isso? — Furtei.— mostra um cordão de ouro.— Vai dar para comprar o cachorro da pirralha e ainda por cima comprar o quarto que você quer dar a ela. Meus olhos chegam a brilhar, quando ouço. — Está falando sério, Richard?— abro um pequeno sorriso. — Se você quer tanto insistir nesse caralho, Annabelle, vamos fazer pelo menos funcionar. Eu estou disposto a tentar. Dou um selinho demorado nos lábios dele, contente. — Posso?— sua mão se ergue para para tocar em minha barriga. — Ohhhw que bonitinho! — Para com isso, Annabelle!— me repreende, envergonhado. — Confessa que você tá amando que vai ser papai de novo, Richard.— zombo, caindo na gargalhada.