As palavras podiam ser rudes, mas não deixavam de ser verdadeiras.
Laura tremia da cabeça aos pés, tomada por uma raiva quase incontrolável. Se pudesse, estrangularia Juliana ali mesmo, com as próprias mãos.
— Juliana, para de falar merda! — Cuspiu, com os olhos flamejando. — Você se acha melhor que os outros? Terminou com o namorado de sete anos e, no dia seguinte, já estava dando em cima do tio do Gustavo! Que vergonha. Eu sinto vergonha por você!
Foi como se tudo o que estava entalado na garganta de Laura há meses finalmente tivesse encontrado uma brecha para explodir.
Ela despejava as palavras feito faca, querendo cortar, ferir, humilhar.
Mas Juliana não se abalou.
Permaneceu ali, firme, de braços cruzados, encarando Laura com uma calma quase cruel.
Assistia à fúria dela como quem assiste a uma peça ruim. Sem pressa e com certo desprezo nos olhos.
Depois de alguns segundos, Juliana soltou uma risadinha seca, sem humor:
— Ele é tio do Gustavo, não meu. Me mostra aí qual artigo do Có