— Ju, onde você tá agora?

A voz de Bruno veio do outro lado da linha.

Se prestasse atenção, dava para notar que tremia levemente.

Juliana sentiu algo estranho no peito.

Uma sensação difícil de explicar.

Tentou manter o tom calmo.

— O que foi? Eu estou no hospital.

— Já estou indo aí.

E, quase no mesmo segundo, Bruno desligou.

Juliana ainda olhava para o celular quando a resposta chegou por conta própria.

Uma notificação nos trending topics pipocou na tela:

[Suspeito com distúrbios mentais ameaça criança com faca no centro da Cidade A...]

Ela clicou.

O post trazia um vídeo anexado.

Pelo ângulo tremido e a movimentação da câmera, dava para perceber que havia sido gravado por algum cliente que estava dentro da cafeteria.

O vídeo era curto, apenas cinquenta segundos.

Mas bastou assistir até o final para Juliana entender o motivo da ligação de Bruno.

Ele tinha visto ela.

Mesmo em meio à multidão, entre gritos e empurra-empurra, uma imagem lateral dela aparecia nítida o suficiente.

Para algu