— Entre.
Juliana foi direto ao ponto.
— Sr. Hildo, eu gostaria de ver as imagens da cafeteria. Na verdade, quem imobilizou o agressor não fui eu. Foi outra pessoa.
Hildo não respondeu de imediato.
Apenas lançou um olhar atento e silencioso na direção dela.
Depois, contornou a mesa, sentou-se e, com os dedos longos, começou a digitar no teclado.
Logo, abriu as imagens da câmera de segurança.
— Vem aqui.
Na tela, a gravação mostrava exatamente o momento em que tudo aconteceu.
O homem transtornado invadira o local de forma repentina, vindo da rua.
Paty, infelizmente, foi pega ao acaso. Um “azar sortudo”, por assim dizer.
Não parecia um ataque premeditado.
E ninguém ali conseguia entender exatamente o que o motivara.
O comportamento caótico combinava com um quadro claro de instabilidade mental.
Quando a barra de progresso do vídeo chegou na metade, Juliana apertou a tecla de espaço. O vídeo parou de repente.
Ela ampliou a imagem.
A resolução não era das melhores.
A figura aparecia embaçada