A temperatura na Cidade A aumentava a cada dia.
Com a chegada de maio, o calor já alcançava os trinta e cinco graus.
O sol queimava sem piedade.
À tarde, no horário mais abafado do dia, quase ninguém se arriscava pelas ruas. Juliana esperava por Mônica à sombra de uma árvore.
Cinco minutos depois...
— Desculpa, Srta. Juliana, fiz você esperar. — Disse Mônica, apressada.
Um Audi branco parou na calçada à frente.
Ela desceu com pressa, bolsa nas mãos, e se aproximou.
Com um gesto delicado, entregou uma garrafinha de água gelada.
Juliana pegou.
— Conversamos no carro?
Com um estalo seco, a porta se fechou, isolando o calor sufocante do lado de fora.
O ar-condicionado trabalhava sem descanso, e logo o interior do veículo ficou fresco e confortável.
Mônica olhava pela janela, os olhos fixos no portão vazio da escola.
Apertava o volante com força, os dedos trêmulos.
— Srta. Juliana, a única vez que busquei a Paty na escola foi quando ela ainda estava na creche... Você acha que ela vai ficar