O caminho até o lago era silencioso, cortado apenas pelo som dos meus passos sobre a grama úmida. A noite estava absurdamente estrelada, o céu limpo como um manto de veludo cravejado de luz. Mas eu mal reparava nisso. Minha mente estava em um turbilhão desde o momento em que vi aquele tapa acontecer na tela.
Ayla sabia.
Não era um palpite, não era uma suposição. Ela sabia.
E se ela sabia daquilo… o que mais ela sabia?
Meus olhos se ajustaram à escuridão conforme me aproximava da clareira próxima ao lago. A fogueira já estava acesa, e a silhueta de Ayla se destacava contra as chamas. Ela estava sentada sobre um tronco caído, pernas cruzadas, braços apoiados nos joelhos, olhando para cima como se o céu guardasse todas as respostas que ela não podia dizer em voz alta.
Ela não pareceu surpresa quando me viu.
Na verdade, parecia já estar esperando por mim.
— Aconteceu, não aconteceu? — perguntou sem nem olhar na minha direção. Sua voz era baixa, serena.
Meus músculos enrijeceram. Como diab