O cheiro metálico de sangue impregnava o interior do carro enquanto Marco dirigia em alta velocidade pelas ruas escuras da cidade. Meu coração ainda martelava no peito, o eco dos tiros ainda pulsando nos meus ouvidos. Eu olhava para Leonardo ao meu lado, pálido, sujo de sangue, a respiração irregular.
— Aguente firme, Leo — murmurei, pressionando um pano improvisado contra o ferimento em seu abdômen.
Ele abriu os olhos por um momento, fracos e enevoados, um meio sorriso brincando em seus lábios rachados.
— Você... nunca me escuta, não é?
Uma risada trêmula escapou da minha garganta.
— Nunca.
Lorenzo, sentado à frente, virou-se para olhar para nós, sua expressão uma mistura de frustração e preocupação.
— Ele está perdendo muito sangue. Não temos tempo de levá-lo ao hospital.
— Então para onde vamos? — perguntei, minha voz falhando com o desespero crescente.
— Eu conheço alguém. Um médico que não faz perguntas.
Assenti, sem questionar. Confiava em Lorenzo, pelo menos nisso.
O carro derr