Capítulo 11
Aqueles que realmente desejavam partir só saíam numa manhã qualquer, vestiam um casaco, abriam a porta e nunca mais voltavam.

Tal qual uma folha seca levada pelo vento.

Não havia necessidade de despedidas; até mesmo um "adeus" seria um desperdício.

Bruno cobriu o rosto com as mãos e chorou alto.

Ele já deveria ter percebido, afinal, já pressentira o inevitável.

Desde o momento em que viu Catarina queimando todas as fotos deles.

Naquele dia, ela estava ali, sentada no quintal como sempre, mas seus olhos estavam vazios, desprovidos de qualquer brilho.

Se naquela hora ele tivesse conversado com Catarina de verdade, talvez as coisas não tivessem chegado a esse ponto.

Ou talvez, no instante em que ele, agindo em conivência com a Família Serpa, pressionou Catarina a ceder a patente, o coração dela já tivesse morrido.

É preciso ser decepcionado inúmeras vezes para que o coração se torne completamente árido.

— Não, eu vou trazê-la de volta.

Bruno levantou-se de súbito, trôpego, e o vidro refle
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