O som surdo dos punhos atingindo a carne ecoou na sala.
Os gritos de Joana foram se tornando cada vez mais fracos. Ela se contorcia como um peixe fora d’água, o rosto coberto de lágrimas e ranho: — Desculpa, Sr. Serpa... Eu sou só uma bastarda sem pai nem mãe, queria tanto uma família, por isso contei aquelas mentiras...
De repente, ela agarrou a barra da calça de Gilberto, batendo a testa no chão até formar hematomas: — Me perdoa, por favor, nunca mais vou enganar ninguém, te suplico, me perdoe!
Gilberto a fitava com olhos vermelhos.
A resposta veio em forma de golpes ainda mais violentos.
Quando finalmente parou, Joana jazia no chão como um cão morto, à beira da morte.
— Papai. — A voz de Fábio parecia vir de dentro de um freezer. — No dia do acidente... quem foi que doou sangue para mim?
O corpo de Gilberto estremeceu violentamente. De repente, começou a se esbofetear com força.
— Foi sua irmã Catarina.
Ele puxou os próprios cabelos e gritou:
— Naquele momento, eu estava completamen