— Bruno, não vá.
O grito súbito de Joana irrompeu pelo salão de festas como estilhaços de vidro rompendo o burburinho ao redor.
Para impedir que Bruno partisse, ela tropeçou desajeitada e acabou se chocando contra a quina entalhada da mesa, abrindo um corte profundo na testa, enquanto cacos de porcelana cravavam-se em sua mão.
Ainda assim, Joana insistiu em estender o braço na direção por onde Bruno se afastava.
A multidão se abriu como uma maré, restando apenas o som nítido das gotas de sangue caindo no chão.
Quando Bruno se virou, encontrou o olhar de Joana, manchado e encharcado de sangue, aqueles olhos sempre sorridentes agora transbordavam de lágrimas, os cílios grudados pelo sangue espesso, e os lábios pálidos repetindo, teimosamente, palavras entrecortadas: — Bruno, não me deixe, eu só tenho você, faço qualquer coisa se você voltar...
Ao ver o estado de Joana, Fábio não conteve as lágrimas: — A caixa de remédios dela ainda está na minha bolsa, o médico disse que, se ela sofrer