O crepúsculo tingia o céu de vermelho sangue quando Bruno, pisando nos últimos raios de sol, retornou à residência da Família Serpa.
Em um instante, soou um estalo seco!
O laudo do exame, ainda com cheiro de antisséptico, foi atirado com força no rosto de Joana.
A borda afiada do papel deixou um risco vermelho na face pálida da jovem.
Encolhida no sofá de couro legítimo, Joana estremeceu como um filhote de cervo assustado.
— A concentração de serotonina está normal, a atividade dos receptores de dopamina está estável, todos os indicadores estão sem anomalias. — As palavras de Bruno vinham frias como gelo. — Joana, você nunca teve depressão. Por que mentiu para nós?
O ar ficou subitamente denso.
Fábio, ao lado, amassou o laudo e o jogou no lixo: — Com que direito você invadiu a privacidade da Joana? Doença psicológica não se diagnostica só com exame de sangue...
— E isto aqui? — Bruno atirou um atestado médico com carimbo falso, seu olhar tornando-se ainda mais cortante. — No setor de p