O tempo passou. Longos, arrastados e silenciosos cinco anos.
Batista e Diego já estão do lado de fora há dois anos, livres, reconstruindo suas vidas. Eu, ainda aqui. Cumprindo minha pena. O peso de tudo o que aconteceu ainda vive dentro de mim. Mas sobrevivi.
Logo cedo, fui chamado. Disseram que eu seria levado ao batalhão. Sem explicação. Me escoltaram, colocaram no camburão, mas, curiosamente, desta vez, sem algemas.
O detalhe não me escapou. Não é o procedimento comum.
No caminho, olho pelos pequenos vãos da porta, a mente inquieta. Me inclino um pouco, tentando fazer com que os guardas soltem alguma pista:
— O que está acontecendo?