Pouco a pouco, a respiração de Gabriela foi ficando mais lenta. A mão dela, que segurava a minha, relaxou, e eu percebi que ela tinha adormecido. Murilo ajeitou o cobertor sobre ela, e ficamos alguns segundos apenas observando aquela pequena, tão frágil e, ao mesmo tempo, tão forte.
Troquei um olhar com Murilo e, sem dizer nada, começamos a nos mover em silêncio para não acordá-la. Aline nos seguiu, fechando a porta devagar. No corredor, ela respirou fundo, como quem precisava criar coragem, e falou:
— Eu… não tenho palavras. Obrigada, de verdade, por tudo o que vocês estão fazendo por ela.
Olhei nos olhos dela, mantendo a postura firme.
— Aline… Eu vou tentar ter uma boa convivência com você pela Gabi. Mas não quero aproximação. Minha relação é com ela, e apenas com ela.
Ela engoliu seco e assentiu.
— Eu entendo.
Peguei um papel e anotei meu número, entregando na mão dela.
— Qualquer coisa que ela precisar, me ligue.
Murilo fez o mesmo.
— O que for pra Gabi, você pode pedir — disse